sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Reflexão intimista: Meu eu, minha vida - Marilda Diorio


(Tela de W. Maguetas)
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Estanque com a vida,
com o tempo, tentei olhar para trás,
procurei pelos sonhos em buscas vãs.
Momento íntimo de quem perdeu as cores vibrantes
por imposição da vida, pela solidariedade
sem reclames, em doação plena.
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Por um longo tempo, assim desenhei meus dias.
Porém, um vazio havia...
Tentando recuperar o que sempre vivi,
percebi que havia congelado meus sonhos,
que descuidei do meu amor,
que embalsamei os amigos
eternizados em meu coração,
que a vida ficou sem melodia,
sem Staccato, sem Adágio e
sem Pianinho.
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Apenas o ritmo ensurdecedor
da batalha do tempo sobressaía,
misturando-se com o pulsar acelerado do coração.
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Algo errado havia...
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Meu sorriso ficou desbotado,
a esperança adormecida,
e o cansaço vencendo a alegria de viver.
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Algo errado havia...
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Não me reconhecia diante do espelho da alma.
Notei que aqueles não eram meus olhos brilhantes!
Recusei a aceitar aquela boca sem viço,
sem a falta de minha expressão vivaz,
tão presente em mim.
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Algo errado havia...
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Vasculhei cantinho por cantinho do meu ser...
As interrogações surgiram:
Por onde ancoraram meus sonhos?
Por que o tempo me engoliu?
Por que meus versos adormeceram?
Por que abdiquei totalmente de meu jeito de ser?
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Encontrei uma única resposta
para tantas perdas momentâneas:
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A Solidariedade direta da alma e do coração
consumiram meu tempo e a minha vida.
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No momento que senti o vazio,
entendi que a vida estava me ensinando,
a ser solidária sem precisar me anular.
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Por fim... Sorri!
Reencontrei o meu eu e retornei a minha vida!
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Um comentário:

meus instantes e momentos disse...

muito bonito teu blog. Foi muito bom vir aqui. Renata , incremente esse blog, ele merece muito mais visitas do que as que tem.
Apareça.
Maurizio