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Todas as tardes justamente à hora
Em que o sol desce ao íntimo aposento,
Também sinto descer meu pensamento
Por entre sonhos, aguardando a aurora.
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Alma enlevada, coração atento,
Descubro em tudo vibração sonora,
Pois a vida é o espírito que chora
Em plena terra, em pleno firmamento.
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Ante as sombras no vale e na campina,
Junto à mulher que em extase se inclina
E sempre exulta de emoção ao vê-las,
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Diz o poeta em fantasia imerso,
Que a noite é a alma de luto do universo,
Orvalhada de lágrimas de estrelas.
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