(Tela de W. Maguetas)
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Às seis da tarde
Às seis da tarde
as mulheres choravam
no banheiro.
Não choravam por isso
ou por aquilo
choravam porque o pranto subia
garganta acima
mesmo se os filhos cresciam
com boa saúde
se havia comida no fogo
e se o marido lhes dava
do bom
e do melhor
choravam porque no céu
além do basculante
o dia se punha
porque uma ânsia
uma dor
uma gastura
era só o que sobrava
dos seus sonhos.
Agora
às seis da tarde
as mulheres regressam do trabalho
o dia se põe
os filhos crescem
o fogo espera
e elas não podem
não querem chorar na condução
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Um comentário:
Oi Renata,
Estava com saudades da sua "essência". Andei sumida por questões de saúde mas graças a Deus já está tudo bem.
Será que eu poderia dizer que a Marina Colasanti é uma poeta do cotidiano?
Beijo,
Inês
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