terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Auto-retrato - Ana Hatherly

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(Tela de Van Gogh)
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Este que vês, de cores desprovido,

o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido
em sua luz oculta põe a fé.
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Do oculto sentido dolorido,
este que vês, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.
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Oculto nele e nele convertido
do tempo ido escusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;
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E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vês, é o meu retrato.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo,Renata! um beijo e tudo de bom,chica