quarta-feira, 12 de março de 2008

Soneto - Adelaide de Castro Alves Guimarães

(Obra de Mário Zanini - Floresta)
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Ouvindo, ao piano, Luisa Leonardo


Deslizam... voam... céleres se enlaçam
enlevos santos, ideais floridos...
Loiros sonhos de anseios revestidos
entre quimeras fulgidas esvoaçam...

Negros tormentos desvairados passam...
desalentos cruéis, encantos idos,
fanadas ilusões, gozos perdidos,
claros escuros pelos ares traçam...

E de onde da alma humana
transportadas estas miragens vêm?... De inanimadas
rígidas fibras — cordas de um piano,

que palpitam sutis, falam, imploram,
se inflamam, vibram, delirantes choram
das mãos da Artista ao toque soberano!...


Um comentário:

Unknown disse...

Andava no google e encontrei-te. Fico feliz por te ler e verifico que és apixonada pela poesia.

Contudo venho mais tarde conhecer-te melhor.

Bom resto de semana.

Porto-Portugal

ZezinhoMota