quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Como uma Flor Vermelha - Sophia de Mello Breyner Andresen



À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.
Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.
Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.

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(Tela de Neiva Passuelo - Omaggio a Cremona)

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