Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz
Diz a ela que espalha
Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.
Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora
Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós.
(imagem de Km Anderson)
2 comentários:
Renata, obrigado pela visita carinhosa ao Poesia Sim. Gostei de encontrar Ezra Pound pr aqui. Deu pra sentir a amplitude da tua alma. Depois visito teu outro blog.
Um beijo!
Lau
PS. Leonor é uma pessoa especialíssima, apesar de nao conehcê-la pessoalmente. Deixo aqui, procê, um poema do meu segundo livro, "O guardador de sorrisos"
aos predadores
da utopia
dentro de mim
morreram muitos tigres
os que ficaram
no entanto
sao livres
Renata...obrigado pela visita e pelas palavras no meu blog. Fiquei muito contente. Li algumas coisas do seu também...e posso dizer que muito me agradou a Essência de Renata!
Espero poder-mos compartilhar mais poesia!
Até logo!
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