quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Soneto XXV - Pablo Neruda


Antes de amar-te, amor, nada era meu

Vacilei pelas ruas e as coisas:

Nada contava nem tinha nome:

O mundo era do ar que esperava.


E conheci salões cinzentos,

Túneis habitados pela lua,

Hangares cruéis que se despediam,

Perguntas que insistiam na areia.



Tudo estava vazio, morto e mudo,

Caído, abandonado e decaído,

Tudo era inalienavelmente alheio



Tudo era dos outros e de ninguém,

Até que tua beleza e tua pobreza

De dádivas encheram o outono.

(Tela de Pedro Weingartner - Fim de Festa)

2 comentários:

devaneiosaovento disse...

Renata
adorei sua visita no meu "ninho poético" e venho agradecer as belas palavras lá deixadas por vc, e as retribuo
aqui tudo inspira bom gosto, arte,poesias...se me permite, me sinto em casa.
abraços,seja sempre bem vinda!

Anônimo disse...

Olá...
Em pesquiza sobre sonetos de pablo Neruda encontrei esta tua página e achei um encanto,assim como plena pois tb me endentifico com a entrega de nós mesmo atravéz das palavras,da escrita.
Um abraço!
Waleska Freitas
P.S:.http://bbwaleskafreitas.spaces.live.com/